quarta-feira, 15 de junho de 2011


Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado, já fiz cócegas no meu irmão só pra ele parar de chorar, já me queimei brincando com vela, já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho,já quis ser astronauta, violonista, caçadora e trapezista, já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora, já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva e, já roubei beijo, já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pro melhor amigo, já confundi sentimentos, peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido, já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda, já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas, já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só, já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar, já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci pra ver o sorriso de alguém especial, já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar, já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um “para sempre” pela metade, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: “- Qual sua experiência?”

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: ” Experiência…experiência…”
Será que ser “plantador de sorrisos” é uma boa experiência?
Não! Talvez eles não saibam, ainda, colher sonhos!

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